Está meio fora de contexto (pois exclui alguns comentários de outras pessoas) mas vale a pena ler:
o governo de plantão ter "descoberto", pelo menos aparentemente, que universidades não estão na mesma categoria de negócios da limpeza urbana e que professores e pesquisadores parecem diferentes de garis é só uma pequeníssima parte da explicitação do problema, e tem muito pouco a ver com uma solução sustentável para o mesmo.
o governo de plantão ter "descoberto", pelo menos aparentemente, que universidades não estão na mesma categoria de negócios da limpeza urbana e que professores e pesquisadores parecem diferentes de garis é só uma pequeníssima parte da explicitação do problema, e tem muito pouco a ver com uma solução sustentável para o mesmo.
enquanto a discussão não chegar à esfera da autonomia ampla
e irrestrita para as instituições de ensino superior, pesquisa,
desenvolvimento e inovação associadas à federação e a uma cobrança de
resultados semântica, ao invés de sintática, estaremos discursando para a
platéia interna e nos enganando.
o regime estatal brasileiro, terceiro mais ineficiente
entre os 60 países do estudo da IMD de 2012/13, não serve nem para a
coleta de lixo, que aliás, por pura incompetência, é feita por terceiros
[quase sempre da pior forma possível, desta vez um libelo contra a
capacidade de contratação do estado!]. por que serviria para um sistema
que deveria ser baseado em méritos, por definição?
não sei em que lugares isso já se aplica, mas aqui na minha
pós [E NA UFPE COMO UM TODO] não se aceita mais cartas de referência no
processo de seleção, em nome de uma "isonomia" que não tem nada a ver
com um sistema de pós graduação. breve, a se manter tal marcha da
insanidade e inconsequência, haverá cotas para alunos de pós graduação
[primeiro] e para professores [logo depois].
pra manter alguma coerência no caos, eu resolvi me garantir
e informei, no lattes, que sou indígena. sim, porque estão perguntando
isso lá, vocês viram?
até onde sei, sou o primeiro cariri do mundo com um phd em
engenharia de software e professor titular de uma grande universidade
federal. não que tal feito, nas correntes circunstâncias, tenha algum
valor... mas, enfim, tupã tá vendo tudo. tudo.
ha um mecanismo pra isso, funciona, usamos com MUITO sucesso no caso do
www.portodigital.org... sao as OS, organizacoes sociais. se houver o
devido cuidado e acompanhamento, da certo. tem dado certo.
Nizam Omar:É bom voltar a discutir idéias nesse país, principalmente na academia. Instituições precisam ser perenes e a prova de governos. Autogestão, com Responsabilidade e SeriedadePorto Digital é um exemplo disso. Parabéns a todos aqueles que o construíram e o mantém. É preciso divulgar na grande mídia essas iniciativas. Dar visibilidade a bons exemplos e, porque não? imitá-los.
Miguel Jonathan: O modelo OS tem sido vitorioso também em outras esferas, como o IMPA, na matemática (http://www.impa.br), onde quem está lá está muito satisfeito (e o IMPA está cada vez melhor).
Mas há modelos alternativos, como o do CPqD de Campinas (http://www.cpqd.com.br/) , que também parece ir muito bem, mas usa o modelo de fundação de direito privado.
Gostaria de conhecer melhor a sua opinião sobre em que os dois diferem essencialmente.
OSs, organizações sociais, podem ser federais, estaduais e municipais. o www.portodigital.org
é uma OS estadual, executa uma política pública do estado de pernambuco
para desenvolvimento de competências em tecnologias e mercado de TICs.
SE as universidades federais resolvessem funcionar,
poderiam se tornar OSs, ter um contrato de gestão com a federação, que
seria seu principal esteio, e angariar recursos de muitas outras fontes.
OS estadual, o porto digital não deve ter nem 20% de seus
recursos vindos do estado de pernambuco, pois *empreende* sua missão,
objetivos, projetos...
ao mesmo tempo, tanto do ponto de vista de recursos
estaduais como quaisquer outros, o porto digital é supervisionado pelo
tribunal de contas de pernambuco em todas as suas ações e com supervisão
adicional de órgãos federais quando as ações envolvem recursos
federais.
o porto digital parece estar envelhecendo bem. são 12 anos de estrada, 4 diretorias executivas diferentes, conselho de administração com representação minoritária do estado e com ampla representação social e do setor de software e uma meta, entre mais de 30, de se tornar auto suficiente, de viver dos recursos gerados pela própria OS, dentro de 25 a 30 anos da sua fundação.
pensamento, política e planejamento de longo prazo, mais
eficácia e eficiência operacional no curto, este talvez seja o segredo
para criar sistemas como o porto digital, combinado com independência,
transparência e muito trabalho.
nada resiste ao trabalho.
a menos da burrocracia apontada no excelente texto de
Gilberto, que provoca, ainda bem, toda esta discussão e, tomara, ações
de muitos de nós.
uma fundação de direito privado, como o cpqd, pode, se
assim o desejar, se qualificar COMO OS, pois ninguém É uma OS, mas ESTÁ
uma OS, enquanto cumprir um certo conjunto de regras.
ao se qualificar como OS, uma instituição pode ser contratada pelo ESTADO, sem licitação, para conceber/executar políticas públicas.
Não é todo mundo que consegue se qualificar como OS e nem todos os que conseguiriam querem. o CESAR.org.br,
por exemplo, conseguiria, mas não quer. OSs têm certas restrições que
não interessam para um instituto de inovação privado, sem fins
lucrativos.
lei das OS: http://bit.ly/13FOZnM
e das OSCIPS, um bicho parecido, mas diferente... http://bit.ly/ 19Jc9OG
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